Primeira Grande Guerra Mundial

“Guerra, «aquele monstro cruel e sanguinário», estalara com toda a violência. Um estendal de ruínas. Um dilúvio de fogo.”
“Guerra, «aquele monstro cruel e sanguinário», estalara com toda a violência. Um estendal de ruínas. Um dilúvio de fogo.”
Quando em 28 de Julho de 1914 as principais potências europeias iniciavam um dos maiores conflitos bélicos da história, Portugal, embora marcado pela instabilidade do novo regime, teve de marcar a sua posição. Assim, nos começos de 1917, desembarcavam na Flandres os primeiros contingentes das tropas portuguesas.
A 4 de Abril de 1917 morre o primeiro soldado luso. Um silêncio profundo é cortado aqui e acolá por um gemido de dor… A 9 de Abril de 1918, junto ao rio Lys, morrem milhares de Soldados Portugueses.
“…eu não me admirei quando soube que ele se oferecera para acompanhar ao campo de batalha os nossos soldados que iam luctar e morrer. Era um pôsto de sacrifício, e tanto bastava para o tentar”
Em 1917 ofereceu-se como voluntário para Capelão militar, sendo então nomeado Capelão-Chefe dos Capelães do Corpo Expedicionário Português para assistência aos soldados portugueses na I Guerra Mundial, em França.
A 14 de Março, José do Patrocínio Dias embarca para a Flandres, no navio Pedro Nunes com o Batalhão de Infantaria nº 15. A 9 de Abril de 1918, junto ao rio Lys, em França, o capelão padre José do Patrocínio Dias estava nas linhas da frente.
“Nem um campo de batalha semeado de cadáveres foi capaz de diminuir a minha confiança em Deus: espero na misericórdia Divina”
A ação dos capelães militares durante o período pós-guerra não foi passiva, quer pela chegada dos ex-prisioneiros aos portos de embarque, desprovidos de tudo, quer pela lentidão com que se dava o repatriamento dos militares.
Finalmente, a 10 de Abril de 1919, após a celebração do primeiro aniversário da batalha de La Lys, Patrocínio Dias foi, a seu pedido, dispensado do efectivo do CEP.
Chegado à diocese da Guarda, não esconderia as mudanças interiores que a experiência da Flandres lhe causara, nomeadamente o facto de vir, conforme afirmou, “bendizendo a hora em que o Senhor me chamara a servi-l’O no campo de batalha”.
Foi sagrado bispo a 3 de Junho de 1921, na Sé da cidade da Guarda. Devido à perturbação social e política existente na região, só viria a entrar em Beja a 5 de Fevereiro de 1922.
“É verdadeiramente um homem de Deus. A sua atitude heroica no último combate de 9 de Abril tem sido a admiração de todos. Todos lhe querem muito e todos o veneram.”
Em Janeiro de 1940 é concedido a D. José do Patrocínio Dias o oficialato da Legião de Honra, atribuída pelo Governo Francês, com a presença do Episcopado Português e de Sua Excia o Senhor Aimé Leroy, Ministro da França em Portugal.